A cada ano, aumenta o
número de alunos com deficiência nas escolas regulares e, conseqüentemente, o
desafio de garantir uma real inclusão em todas as disciplinas. Pensando nisso,
várias escolas têm mudado o formato de suas aulas de Educação Física, dando
menos enfoque nas técnicas esportivas e mais atenção para o desenvolvimento de
habilidades e conhecimentos sobre o corpo humano.
As aulas de Educação
Física são um dos momentos importantes de interação social o qual as crianças
aprendem a dividir seu espaço, trabalham suas frustrações em jogos de ganhar e
perder, valorizam o trabalho em equipe e principalmente, adoram esse momento! O
problema acontece, quando temos crianças com necessidades especiais. Na maioria
das escolas, as crianças com necessidades especiais não participam das aulas de
educação física, permanecem como observadores ou são encaminhadas para outros
ambientes da escola. Dificilmente são desenvolvidas atividades para a inclusão
desses alunos. Atualmente existem esportes adaptados, porém, para que as aulas
de educação física sejam inclusivas, é necessário que haja a participação e
convívio de todos os estudantes durante as atividades com o intuito de
desenvolver o conhecimento da cultura corporal e não de aptidões físicas e
habilidade motoras.
Um professor de educação física do 5° ano da rede pública
municipal de Vitória da Conquista, na Bahia, ressalta que as
mudanças paradigmáticas observadas no cenário educacional recente têm
contribuído significativamente para o reconhecimento e o respeito às
diversidades individuais dentro do ambiente escolar. “Em nosso país, essa
mudança de postura pedagógica voltada para a Educação inclusiva que atenda a
todos sem distinção veio ratificar normas sobre a igualdade de oportunidades
para todas as pessoas, incluindo neste rol as com algum tipo de deficiência, o
espaço escolar, em todos os seus momentos, deve permitir as interações entre os
alunos”, disse o professor.
Para
sair da tradicional aula de educação física entre quatro paredes e incluir
todos os alunos, o professor que possui 10 alunos portadores de deficiências
físicas e 8 alunos portadores de deficiência visual, resolveu utilizar uma
quadra adaptada, cadeiras de rodas motorizadas e uma bola esférica que emite um
som através do qual os jogadores possam percebem a bola em quadra.
“Antes de inventarem a
inclusão, eu ficava só observando os meus colegas a brincar, às vezes a
professora me auxiliava para dar duas voltas ao redor da quadra e depois eu
ficava apenas olhando. Agora eu participo, as vezes ganho, outras perdemos o
jogo, mas é bem divertido”, relatou uma das alunas.
O que se busca no processo
avaliativo com os alunos é, primeiramente, a participação e a integração de
todos durante a aula, seja essa participação parcial ou integral, dada às
limitações individuais de alguns alunos. A partir daí, conduzi-los a uma
aprendizagem dos conteúdos, sendo esta verificada através da participação e do
envolvimento dos alunos, da identificação, por meio de gestos e verbalizações,
das principais características da atividade proposta e também do reconhecimento
das semelhanças e diferenças entre os conteúdos tratados
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